Foto: Rafa Neddermeyer
A cidade de Brasília está pulsando com a diversidade cultural do Brasil na 4ª Conferência Nacional de Cultura (CNC), promovida pelo Ministério da Cultura (MinC) em parceria com o Banco do Brasil, a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e com o apoio da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil).
Com o tema “Democracia e Direito à Cultura”, mais de 1,2 mil delegados de cultura, juntamente com o público em geral, estão reunidos no Centro de Convenções Ulysses Guimarães até sexta-feira (8). Eles estão analisando e votando em propostas que refletem a riqueza cultural e as necessidades do país, com o objetivo de reafirmar que a cultura é um direito universal, conforme expresso na Constituição de 1988.
Participação popular e gestores culturais
O dia de hoje foi marcado por intensa participação popular e dos gestores de cultura nas diversas conferências setoriais. Em salas repletas de discussões, os presentes avaliaram pontos cruciais das propostas originárias das conferências regionais. Essas propostas, após serem ajustadas e aprovadas até o fim da 4ª CNC, serão a base para a reconstrução do Plano Nacional de Cultura.
Na conferência setorial sobre Patrimônio Imaterial Brasileiro, por exemplo, os delegados decidiram que os recursos públicos devem priorizar o apoio aos detentores de tradições culturais. Esta decisão busca preservar saberes e tradições, valorizando especialmente os mais velhos das comunidades, como destacou Juciara Sousa, representante do jongo “Filhos da Semente”, de Indaiatuba, São Paulo.
Outro ponto de destaque foi a criação proposta do Colegiado Nacional das Artes Visuais durante a conferência setorial sobre audiovisual, visando fortalecer a discussão desse setor dentro do Conselho Nacional de Cultura. Além disso, os delegados pediram uma abordagem mais sensível do Conselho, levando em consideração as realidades municipais.
Diversidade em destaque
Nos corredores do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, a diversidade cultural brasileira se manifesta de forma vívida. Culturas digitais, populares, tradicionais, periféricas, LGBTQIA+, de igualdade racial, da juventude, de pessoas com deficiência (PcD), dos povos do campo, das águas e das florestas se encontram e se entrelaçam.
Artur Artin Artinian Depanian, paulistano de ascendência armênia e pernambucana, destacou a importância da valorização da literatura e dos livros como alternativa para a sociedade. Em contraponto, Marcelo Altamirense, representante do Pará, expressou as dificuldades em democratizar a cultura para os povos da vasta região do Rio Xingu.
No centro das exposições, o grupo de Congada de Catalão (GO) encantou o público com suas danças ritmadas e vestimentas coloridas. O líder do grupo, Reginaldo Bernardo, clamou por mais oportunidades para seu segmento, destacando a importância histórica e cultural das Congadas.
Propostas e soluções
Durante as sessões, diversas propostas foram apresentadas e discutidas. Na conferência setorial sobre arquitetura e urbanismo na cultura, foi enfatizada a necessidade de implantação, reforma e melhoria de equipamentos e espaços culturais, com foco em territórios periféricos. Os delegados também sugeriram a criação de editais públicos voltados para a acessibilidade plena e o respeito à diversidade cultural.
A violonista Myllene Santana, de Brasília, que faz parte de um quarteto de música erudita, lamentou a falta de espaço para a música erudita em eventos culturais, propondo uma maior inclusão desde a educação infantil até a criação de escolas de música acessíveis a todos.
O futuro da cultura brasileira
A 4ª Conferência Nacional de Cultura não apenas debate o presente, mas também projeta o futuro cultural do Brasil. Com mais de 100 artistas de todas as regiões do país agendados para se apresentarem até sexta-feira, o evento promete ser uma vitrine da diversidade e da riqueza artística do Brasil.
Para mais informações sobre a programação completa e os destaques da 4ª CNC, visite a página oficial do evento.
Junte-se a nós nessa jornada pela cultura brasileira, onde cada voz, cada tradição e cada expressão importam!