Foto: Rafa Neddermeyer
A recente elevação da taxa Selic em 1 ponto percentual, chegando a 14,25% ao ano, gerou reações negativas no setor produtivo. Entidades da indústria, do comércio e centrais sindicais apontam que os juros no maior patamar em quase uma década dificultam a recuperação econômica, prejudicam o consumo e ameaçam o emprego.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), destacando que o aumento desconsiderou fatores que ajudam a conter a inflação, como a valorização do real e a queda no preço do petróleo. Em nota, a CNI ressaltou que o dólar caiu de R$ 6,19, em dezembro de 2024, para R$ 5,68 em março de 2025, enquanto o barril do petróleo Brent passou de US$ 85 para US$ 70 no mesmo período.
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) também criticou a decisão e pediu mais cautela na política monetária para evitar impactos negativos nos investimentos e no consumo das famílias. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), por sua vez, considerou que o aumento dos juros era esperado diante da inflação acima da meta e da instabilidade fiscal.
As centrais sindicais também se manifestaram contra a decisão do BC. Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), a taxa Selic elevada favorece apenas rentistas e prejudica a população ao encarecer o crédito. A Força Sindical destacou que a medida gera incertezas e dificulta a criação de empregos e renda.
A decisão do Banco Central reforça o desafio de equilibrar a política monetária sem comprometer o crescimento econômico e a geração de oportunidades para a população.