Mostra de cinema de Tiradentes abre o calendário audiovisual e premia produções de Sergipe e Minas Gerais

Foto: Leo Lara

A “Mostra de cinema de Tiradentes” encerrou mais uma edição com grandes destaques do cinema nacional. Realizado na cidade histórica mineira, o evento reuniu cerca de 38 mil pessoas e teve uma programação híbrida, com exibições online que somaram mais de 500 mil acessos em 81 países.

Os grandes vencedores

Os prêmios das categorias mais prestigiadas foram para filmes de Sergipe e de Minas Gerais. O longa “Um minuto é uma eternidade para quem está sofrendo”, de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro, levou o prêmio da Mostra Aurora, voltada a diretores estreantes. A obra documental acompanha Wesley, um dos diretores, em uma jornada de autodescoberta e reflexão sobre sua personalidade e conflitos internos.

Já “Deuses da peste”, de Tiago Mata Machado e Gabriela Luíza, foi o grande vencedor da “Mostra olhos livres”, categoria que destaca propostas inovadoras no audiovisual. O longa, filmado em um casarão em ruínas no centro de São Paulo, retrata a vida de um ator afastado dos palcos.

Outros destaques

A “Mostra de Tiradentes” premiou ainda “Entre corpos”, de Mayra Costa, como melhor curta-metragem da “Mostra foco”. A atriz Ticiane Simões foi reconhecida por sua atuação no filme. No voto popular, os premiados foram “3 obás de xangô”, de Sergio Machado, e o curta “Dois nilos”, de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro.

A programação incluiu ainda uma homenagem à atriz Bruna Linzmeyer, exibições de filmes em pré-estreia e debates sobre o setor audiovisual. Dentre as pré-estreias, destacaram-se “Malês”, de Antônio Pitanga, que aborda a “Revolta dos Malês”, e “Yõg Ãtak: meu pai, Kaiowá”, documentário sobre a busca da cineasta Sueli Maxakali por seu pai, desaparecido na ditadura militar.

O filme de encerramento, “Suçuarana”, de Clarissa Campolina e Sérgio Borges, narra a busca de uma mulher por um lugar de pertencimento em um território devastado pela mineração.

Diálogos sobre o audiovisual

Gratuito e aberto ao público, o evento também contou com oficinas, apresentações artísticas e o tradicional Fórum de Tiradentes, onde profissionais do setor discutiram desafios do audiovisual brasileiro. Um dos temas centrais foi a regulação das plataformas digitais de vídeo sob demanda.

A “Mostra de cinema de Tiradentes” reafirma sua relevância ao impulsionar debates e novas narrativas no cinema nacional. Com filmes inovadores e um olhar crítico sobre o país, o festival segue como referência para o setor.