Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de sete dias nesta segunda-feira (21) em respeito à morte do papa Francisco. Reconhecido por seu papel humanitário e por dar voz aos mais vulneráveis, o pontífice argentino deixa um legado de empatia, justiça social e compromisso com as causas ambientais.
Em nota, Lula lamentou profundamente a perda de uma figura que chamou de “voz de respeito e acolhimento ao próximo”. O presidente destacou os valores que Francisco cultivou ao longo de sua trajetória: amor, solidariedade, tolerância e paz. “Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o Papa buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia”, afirmou.
Encontros e afinidades
Lula e papa Francisco se encontraram oficialmente três vezes. O primeiro encontro aconteceu em 2020, no Vaticano, antes mesmo de Lula retornar à Presidência. Já como chefe de Estado, o presidente esteve novamente com o Papa em junho de 2023 e, mais recentemente, durante a Cúpula do G7 em 2024, ocasião em que o pontífice discursou sobre o uso ético da inteligência artificial e condenou armas autônomas letais.
A primeira-dama Janja da Silva também manteve diálogo com o líder religioso. Em fevereiro deste ano, durante visita à Itália, ela se encontrou com o Papa para agradecer pelas orações destinadas à saúde de Lula e conversou sobre os impactos da pobreza e da fome na vida de mulheres e meninas ao redor do mundo.
Uma visita que marcou o Brasil
Eleito em 2013, o papa Francisco escolheu o Brasil como seu primeiro destino internacional. Veio para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, onde visitou comunidades, hospitais e santuários, além de celebrar missas para multidões. Foi um momento histórico que uniu fé e compromisso social, características centrais de seu papado.
Um legado além da Igreja
Francisco foi um papa que rompeu barreiras. Colocou o combate às desigualdades, a defesa dos refugiados, a preservação ambiental e a crítica a modelos econômicos excludentes no centro do debate internacional. Para Lula, o pontífice “sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito”.
A homenagem do governo brasileiro não é apenas simbólica, mas também um gesto de reconhecimento à trajetória de um líder que influenciou o mundo com sua simplicidade e coragem. “O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações”, concluiu o presidente.