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Brasília celebrou recentemente 65 anos de história. Uma cidade jovem, mas com uma memória rica, construída por muitos braços, vozes e sonhos. Nesse cenário de comemoração, a cultura ganha protagonismo com o apoio da Lei Paulo Gustavo (LPG), o maior investimento já feito no setor cultural brasileiro. No Distrito Federal, diversos projetos foram contemplados pela legislação e contribuem para preservar, revisitar e valorizar o passado da capital e seus personagens reais.
Memória em cena: o audiovisual como ferramenta de reflexão
Entre as produções incentivadas está o curta-metragem As Filhas do Brasil, que parte de fatos reais para narrar a trajetória de mulheres trabalhadoras da Vila Amaury – região onde viviam muitas das pessoas que ajudaram a erguer a nova capital. A produção traz à tona a história das pioneiras que, apesar de essenciais para a construção de Brasília, muitas vezes foram esquecidas pela narrativa oficial.
Com roteiro e direção de Marianna Graf, o filme é um convite à empatia e ao reconhecimento dessas mulheres como protagonistas. “Sem o apoio da LPG, o projeto não existiria. Foi a oportunidade que precisei para transformar ideias em realidade e dar meus primeiros passos no cenário cultural”, afirma a realizadora.
A obra será lançada em julho e terá sessões gratuitas no Museu Vivo da Memória Candanga, no Instituto Federal de Brasília (IFB) – Recanto das Emas e no Jovem de Expressão, em Ceilândia. Um resgate potente de memórias, no coração das comunidades que ajudaram a construir Brasília.
Pesquisar para lembrar: patrimônio material e imaterial em foco
Outro destaque é o projeto Álbum de Recordação BSB: Memórias e Valores do DF, que propõe uma investigação profunda sobre a formação cultural do Distrito Federal. Coordenado por Leyberson Lelli Chaves Pedrosa, o projeto faz uma revisão bibliográfica e documental de bens históricos, arquitetônicos e simbólicos do território, incluindo aqueles anteriores à fundação da capital.
A proposta busca reconstruir uma narrativa mais ampla de Brasília – que vá além do marco de 21 de abril de 1960 – reconhecendo as culturas e populações já presentes no Planalto Central. “A própria estrutura do edital da LPG trouxe essa demanda de mapear o patrimônio material e imaterial do DF, o que fortaleceu nossa abordagem”, conta Leyberson.
Os resultados do projeto serão compartilhados por meio do podcast Dazumana: A Ciência sem Jaleco, no YouTube, promovendo diálogos acessíveis sobre ciência e memória.
Literatura e pertencimento: crônicas de uma cidade em movimento
Na literatura, a LPG também deixa sua marca com o apoio ao novo livro da escritora brasiliense Keyane Dias. A obra reúne crônicas que exploram as vivências de filhos e filhas de migrantes nordestinos que vieram para Brasília em busca de um futuro melhor. São relatos pessoais e coletivos que desenham um mapa afetivo da cidade e reforçam os laços de identidade e pertencimento.
O livro marca o terceiro lançamento da autora e é resultado de pesquisas anteriores sobre a construção de uma brasilidade periférica, marcada pela migração, trabalho e resistência.
A importância da LPG para a cultura do DF
Com mais de R$ 3,8 bilhões destinados à cultura em todo o país, a Lei Paulo Gustavo representa uma conquista histórica. No Distrito Federal, R$ 48,1 milhões foram investidos pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), contemplando áreas como audiovisual, teatro, literatura, patrimônio e música.
Mais do que um fomento financeiro, a LPG tem sido uma ferramenta de democratização do acesso à cultura e de valorização das histórias muitas vezes esquecidas nos livros oficiais. Ela permite que novos artistas floresçam, que vozes sejam ouvidas e que a memória da cidade seja contada por diferentes perspectivas – principalmente aquelas que tradicionalmente ficaram à margem.
Quer saber mais?
Para conhecer os projetos e acompanhar os resultados da LPG no DF, acesse:
Instagram: @leipaulogustavodf
Site oficial: www.leipaulogustavodf.com.br
E-mail: editais@leipaulogustavodf.com.br
Contato: (62) 99612-6143