Foto: Wenderson Araujo
A expansão da soja no Brasil alcançou números impressionantes, conforme levantamento da rede Map-Biomas. Em menos de quatro décadas, a área destinada à cultura do grão cresceu nove vezes, passando de 4,4 milhões de hectares, em 1985, para quase 40 milhões de hectares, em 2023 – o equivalente ao tamanho do Paraguai. Esse aumento reflete a crescente demanda por commodities e gera um impacto significativo nos biomas brasileiros, especialmente no Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia.
De acordo com os dados, entre 1985 e 2023, a soja ocupou cerca de 17 milhões de hectares, resultando em mudanças consideráveis nas paisagens naturais. O Cerrado foi o bioma mais afetado, com mais de 19 milhões de hectares destinados à monocultura da soja, seguido pela Mata Atlântica (10,3 milhões de hectares) e a Amazônia (5,9 milhões de hectares). A conversão de áreas de vegetação nativa e pastagem para a soja é um dos fatores críticos para essa expansão, com uma preocupação crescente sobre a preservação da biodiversidade.
Além disso, a pastagem, que ocupa cerca de 164 milhões de hectares (60% da área agropecuária do país), segue como o principal uso do solo brasileiro, embora também esteja contribuindo para a perda de vegetação nativa, principalmente na Amazônia e no Cerrado. A ação humana sobre o território continua a modificar drasticamente o ambiente natural, com impactos que vão desde a degradação do solo até a redução de áreas essenciais para a fauna e flora.
A arte e o meio ambiente: o impacto cultural das mudanças
Essa realidade sobre o uso da terra também se reflete nas transformações culturais em Brasília. A cidade, que também passa por mudanças em seus espaços urbanos e naturais, oferece ao público uma programação diversificada que propõe reflexões sobre o impacto do crescimento e a preservação do patrimônio cultural. Espetáculos de teatro, música e dança têm abordado temas como ancestralidade, questões ambientais e sociais, estimulando o pensamento crítico e a busca por soluções para um futuro sustentável.
Iniciativas culturais que promovem a inclusão e a acessibilidade, como o teatro e os projetos artísticos que dialogam com a preservação do meio ambiente, são essenciais para formar uma conscientização mais profunda sobre as questões ambientais. A arte é uma forma de resistência e um instrumento poderoso para sensibilizar a população e propor novas formas de convivência e respeito ao nosso planeta.
Em Brasília, a arte também é um reflexo das transformações que estamos vivendo – tanto no campo quanto na cidade. A cidade se reinventa por meio de espaços alternativos e iniciativas que valorizam a cultura local e a expressão artística em sua diversidade. A preservação da cultura e do meio ambiente, assim como o fortalecimento do patrimônio natural e cultural, são desafios que precisam ser enfrentados com a mesma determinação e inovação que caracterizam o crescimento econômico do país.