Foto: Marcelo Camargo
O câncer de colo de útero, a quarta maior causa de morte entre mulheres no Brasil, está prestes a receber um grande reforço na luta por sua eliminação. O novo Plano Nacional para a Eliminação do Câncer de Colo de Útero visa reduzir drasticamente os índices da doença, que registra cerca de 17 mil novos casos e 7 mil mortes anuais.
O plano aposta em três pilares principais: diagnóstico mais eficiente, tratamento ágil e ampliação da vacinação contra o HPV, responsável por quase todos os casos.
Diagnóstico com tecnologia avançada
Uma das grandes mudanças será a substituição do exame preventivo tradicional (Papanicolau) pelo teste molecular, que detecta o HPV com mais precisão. Essa nova abordagem promete reduzir em até 46% os casos de câncer e em 51% a mortalidade.
Além disso, o sistema público adotará a autocoleta, em que as pacientes poderão realizar a coleta de material em casa. A iniciativa é especialmente importante para mulheres que enfrentam barreiras como falta de acesso a postos de saúde ou desconforto com o exame ginecológico tradicional.
Tratamento mais rápido e eficaz
Outro desafio é reduzir o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento, que ainda supera os 60 dias em diversas regiões do país. Para isso, o plano prevê aumentar a realização de exames complementares, como colposcopias e biópsias, essenciais para a detecção precoce e o tratamento imediato.
Vacinação: a chave para a prevenção
Erradicar o câncer de colo de útero depende de frear novas infecções pelo HPV. Por isso, o plano tem como meta vacinar 90% de meninas e meninos de 9 a 14 anos, faixa etária em que a imunização é mais eficaz.
Com a adoção da dose única desde 2024, o Ministério da Saúde espera ampliar a cobertura, que ainda enfrenta desafios, principalmente entre os meninos. A vacinação também está disponível para pessoas imunodeprimidas e jovens de até 19 anos que não foram imunizados na idade recomendada.
Um futuro sem câncer de colo de útero
Com ações coordenadas e metas claras, o novo plano promete transformar o panorama da saúde pública no Brasil. A meta é alinhar o país às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que incluem o rastreamento de pelo menos 70% das mulheres e o início rápido do tratamento para casos detectados.
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