Foto: Jhonatan Cantarelle
A saúde mental de crianças e adolescentes foi o foco da 4ª Jornada do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental Infantojuvenil (PRMSMI), realizada em Brasília. Com o tema “Dificuldades do desenvolvimento e perspectivas de cuidado desmedicalizantes”, o evento trouxe um novo olhar sobre o tratamento de jovens, defendendo abordagens que vão além do uso de medicamentos.
Giovanna Brunelli, terapeuta ocupacional do Capsi de Taguatinga, destacou a importância de discutir a saúde mental em um contexto mais amplo. “O evento nos permitiu repensar práticas e trazer a comunidade para esse diálogo, construindo juntos um espaço de aprendizado e troca”, explicou. Durante a jornada, foram promovidas seis mesas de debate, todas com foco na necessidade de “desmedicalizar” os cuidados, visando tratar o paciente de forma mais completa e humana.
A psicóloga Marília Carvalho, coordenadora da jornada, ressaltou que os transtornos mentais em jovens muitas vezes têm raízes em questões sociais e familiares. “O contexto em que o jovem vive é essencial para entender sua saúde mental. Focar apenas nos sintomas e nos medicamentos não é suficiente”, disse. Para ela, é fundamental buscar estratégias que promovam a integração do paciente com seu entorno, fortalecendo suas capacidades.
A jornada também contou com a participação de Rebeca de Assis, que frequentou um Caps por quatro anos e compartilhou sua experiência emocionante. “A equipe foi meu suporte nos momentos mais difíceis, e até hoje agradeço por todo o cuidado”, relatou.
O PRMSMI, criado em 2016, forma profissionais para atuar na saúde mental infantojuvenil dentro dos princípios do SUS, promovendo um atendimento mais humanizado e completo.