Foto: Washington Alves
As recentes declarações de Donald Trump sobre a deportação em massa de imigrantes reacenderam o alerta para estrangeiros vivendo ilegalmente nos Estados Unidos. No entanto, os dados do Departamento de Segurança Interna (DHS) mostram que as remoções de imigrantes do país não são novidade e marcaram as gestões dos últimos presidentes norte-americanos.
Nos últimos 16 anos, os EUA deportaram cinco milhões de pessoas, abrangendo os governos de Barack Obama, Donald Trump e Joe Biden. O maior número de remoções ocorreu durante a administração de Obama, com uma média de 380 mil deportações anuais, totalizando três milhões de expulsões ao longo de seus dois mandatos. Em 2013, o democrata registrou o recorde anual de 432 mil deportações, o que lhe rendeu o apelido de “Deportador-chefe” entre ativistas dos direitos humanos.
Apesar do discurso rígido contra a imigração ilegal, Trump não superou os números de Obama, registrando 1,2 milhão de remoções entre 2017 e 2020. Seu governo, porém, implementou políticas duras, como a separação de famílias e o uso do Title 42 durante a pandemia, que permitiu a deportação rápida de imigrantes sem direito a pedido de asilo. Além disso, a política Remain in Mexico obrigava solicitantes de asilo a aguardarem no México a análise de seus casos, gerando uma crise humanitária nas fronteiras.
A gestão Biden, embora sem o tom radical de Trump, também manteve altos índices de remoção, com quase 700 mil deportações entre 2021 e 2024. Seu governo revogou algumas das medidas mais polêmicas de Trump, como a deportação via Title 42 e o “Remain in Mexico“, além de reforçar o programa DACA, que protege jovens imigrantes indocumentados.
Ao longo da história recente, a política de imigração dos EUA tem oscilado entre endurecimento e flexibilização, mas a remoção de imigrantes segue como uma prática recorrente, independentemente do partido no poder. A retórica política sobre imigração varia, mas os números mostram que a realidade para milhões de estrangeiros nos Estados Unidos continua desafiadora.
