Foto: Marcello Casal
Em meio ao avanço da desinformação, à pressão das “big techs” e ao enfraquecimento da imprensa tradicional, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) publicou uma carta que resume o espírito da 3ª Semana Nacional de Jornalismo, realizada em cinco capitais do país. A mensagem é direta: sem jornalismo, a democracia perde o chão.
O documento, divulgado após o evento que reuniu jornalistas, estudantes e representantes da sociedade civil, reafirma o compromisso com a liberdade de expressão, os direitos humanos e o papel social da informação. Ao mesmo tempo, denuncia um cenário preocupante: a transformação dos meios de comunicação em instrumentos políticos e o abandono de regiões inteiras à desinformação.
Desertos de notícias e o risco do silêncio:
A carta destaca a existência dos chamados desertos de notícias, áreas onde não há cobertura jornalística regular. Nessas regiões, o silêncio informativo abre caminho para a manipulação e as “fake news“. A ABI defende que investir na comunicação local é essencial para garantir o acesso à verdade e à diversidade de vozes.
Big techs, lucro e discurso de ódio:
Outro ponto central do documento é o apelo por uma regulação das grandes plataformas digitais. A ABI aponta o absurdo de um modelo que permite que empresas lucrem com conteúdo criminoso ou mensagens de ódio, e chama a responsabilização dessas plataformas de “tarefa civilizatória”.
A resposta vem da base:
Para além da denúncia, a carta traz uma proposta: valorizar o jornalismo comunitário, popular e independente. É nesse campo que se encontram comunicadores que conhecem a realidade das periferias, dos movimentos sociais e das culturas locais. São eles que mantêm viva a conexão entre comunicação e cidadania.
A Cidade CULT reconhece e apoia essa luta. Em um momento em que a verdade disputa espaço com algoritmos, fortalecer a comunicação comprometida com o interesse público é também fortalecer a democracia.