Foto: Mohammed Al-Masri
O Brasil ocupa um lugar preocupante no ranking mundial de nascimentos prematuros, com cerca de 12% dos bebês nascendo antes das 37 semanas de gestação, um número superior à média global de 10%. Em 2023, foram mais de 300 mil casos, destacando a urgência de ações preventivas e cuidados especializados.
Por que a prematuridade é um desafio?
Bebês prematuros enfrentam maior risco de complicações respiratórias, dificuldade para se alimentar e desenvolvimento comprometido, especialmente nos primeiros anos de vida. Entre os fatores que contribuem para a prematuridade estão hipertensão gestacional, infecções e a realização de cesáreas eletivas antes do tempo adequado.
“A hipertensão gestacional, por exemplo, é responsável por 25% dos partos prematuros, mas pode ser tratada com intervenções simples, como o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e suplementação de cálcio”, explica a obstetra Joeline Cerqueira, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Como prevenir?
O pré-natal qualificado é a principal ferramenta para reduzir a prematuridade. Ele permite a identificação precoce de fatores de risco e a adoção de tratamentos adequados. Veja algumas ações que ajudam a prevenir partos prematuros:
- Monitoramento da pressão arterial: evita complicações como pré-eclâmpsia e eclâmpsia;
- Exames para identificar infecções: doenças como infecções urinárias ou sexualmente transmissíveis podem desencadear o trabalho de parto antes da hora;
- Educação para gestantes: informar sobre a importância do planejamento da gravidez e cuidados durante a gestação.
Cesáreas: quando são um risco
Apesar de serem necessárias em alguns casos, cesáreas agendadas sem indicação médica podem levar ao nascimento prematuro desnecessário. Bebês nascidos entre 34 e 37 semanas, considerados prematuros tardios, ainda apresentam dificuldades como baixo peso e imaturidade pulmonar.
Os desafios após o nascimento
Bebês prematuros muitas vezes precisam de suporte em UTIs neonatais e acompanhamento multidisciplinar. É o caso de Lucas e Ísis, gêmeos nascidos com apenas 27 semanas. “Eles passaram quase dois meses na UTI, mas, com o acompanhamento certo, hoje são crianças saudáveis e felizes”, conta Yngrid Antunes, mãe das crianças.
A fisioterapia, a nutrição e os estímulos precoces foram fundamentais para o desenvolvimento deles. Isso demonstra que, mesmo em cenários desafiadores, é possível superar as dificuldades com suporte adequado.
Como a sociedade pode ajudar
Reduzir os índices de prematuridade no Brasil depende de um esforço coletivo. Políticas públicas voltadas para a saúde materna, campanhas de conscientização e ampliação do acesso ao pré-natal são passos essenciais para garantir uma gestação segura e um futuro saudável para os bebês.
Se você conhece alguém que está grávida ou planeja ter filhos, incentive a realização de um pré-natal completo e informe sobre a importância dos cuidados desde o início. Pequenas ações podem salvar vidas.
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