Arte/divulgação
Nos últimos dias, o Distrito Federal foi palco de mais dois casos brutais de feminicídio. Duas mulheres, com nomes, histórias e sonhos, foram assassinadas por homens que deveriam tê-las protegido. A dor dessas famílias é a dor de toda a sociedade. Cada feminicídio é um alerta ensurdecedor: estamos falhando com as mulheres.
Como deputado distrital, tenho atuado incansavelmente para transformar essa realidade. Em 2017, propus uma lei que obriga as escolas públicas do DF a promoverem ações educativas de valorização da mulher e combate ao machismo desde cedo. A educação é a semente da transformação. Em 2023, apresentamos uma nova legislação que permite aplicar multas severas aos agressores de mulheres — de R$ 500 a R$ 500 mil, conforme a renda do infrator. Essa medida visa desestimular a reincidência e mostrar que a violência tem consequência.
Também atuamos na criação do programa Acolher Eles e Elas, que garante auxílio financeiro a filhos e filhas órfãos de feminicídio. Essas crianças precisam de amparo, não apenas emocional, mas também material, para que possam seguir com dignidade.
Neste ano, o Governo Federal também deu um passo importante com o lançamento do Programa Nacional das Salas Lilás, oferecendo atendimento especializado e humanizado às mulheres vítimas de violência. É assim, com políticas públicas articuladas e sensibilidade institucional, que podemos construir uma rede de proteção mais eficiente.
Mas nenhuma lei será suficiente se a sociedade continuar naturalizando a violência contra a mulher. Precisamos de campanhas permanentes, formação de profissionais da saúde, segurança e educação, e, acima de tudo, de um pacto coletivo para dizer: basta.
Cada mulher assassinada é uma história interrompida por uma cultura de ódio, controle e silenciamento. E a responsabilidade de mudar esse cenário é de todos nós. Leve essa reflexão adiante. Vamos juntos transformar dor em luta e luta em política pública.

Ricardo Vale
Deputado Distrital