Musical da Cia. Buia Teatro, expoente do teatro na região Norte do país, mescla teatro vivo e de formas animadas
(Cabelos Arrepiados foto: Rômulo Juracy)
Dirigido por Tércio Silva e texto da dramaturga Karen Acioly, a opereta cumpre bem-sucedida temporada no Teatro do CCBB até 30 de julho. As sessões acontecem quinta e sexta, às 19h, e sábado e domingo, às 16h, com sessões extras às 11h. Os ingressos podem ser adquiridos em www.bb.com.br/cultura e na bilheteria do Centro Cultural.
Após a sessão de sexta-feira (28), o público poderá participar de bate-papo sobre o espetáculo, sua dramaturgia e teatro para o público infantojuvenil. A conversa será com o diretor da Cia. Buia Teatro – Tércio Silva, e a autora do texto – Karen Acioly, referência internacional no teatro para a infância.
Com enredo envolvente, Cabelos Arrepiados conta a história de cinco crianças que tiveram seus sonhos roubados. Privadas de sono, elas enfrentam medos gerados por maus pensamentos. O musical, com trilha sonora executada ao vivo, compreende as vivências de crianças com uma abordagem única.
Texto, música e atuações, apresentadas sob estética inspirada nos universos sobrenaturais de Tim Burton e Edward Gorey, se entrelaçam e proporcionam uma experiência teatral mágica e bem-humorada com soluções cênicas surpreendentes e extraordinárias.
Estrela do espetáculo, Tico, um boneco manipulado pelo elenco, é uma criação do reconhecido artista visual contemporâneo Dante. Bonequeiro com desenvoltura, ele expressa, em suas criações, sentimentos, nuances e trejeitos muito bem marcados na personagem. Dante tem trabalhos que chegaram à tela da tevê em programas como “Cine Holliúdy”, “Caldeirão do Mion” e “Pega Pega”, da Globo, e “Desalma”, da Globoplay.
Criar Tico, segundo Dante, foi sobre poder aplicar o cinema e o desenho animado no teatro, “já que o trabalho do Tércio [diretor] tem esse lugar da animação muito forte e claro, e Cabelos Arrepiados é um espetáculo que me trouxe essa possibilidade de criar um personagem estilizado a partir do referencial do Tim Burton, com a aparência de um adolescente que se veste de uma forma um pouco mais clássica com referência do ballet, da dança, uma vez que a animação tem partitura de movimento para que funcione”. Tico foi confeccionado artesanalmente, pintado e costurado à mão.
As atuações são consistentes e chamam o público ao mundo da noite já no início, com um desfile um tanto quanto fúnebre que prenuncia que algo assustador viria. O cenário é lúdico com um palco giratório com espirais, hipnótico. O figurino é belo e bem cuidado, trazendo delicadeza à peça, com tons antigos e clássico. A iluminação completa o mundo, ambientando a plateia aos sonhos.
Rodrigo Ferret, crítico teatral
Sobre o CCBB Brasília
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília foi inaugurado em 12 de outubro de 2000, após uma grande reforma de adaptação do Edifício Tancredo Neves, com o objetivo de reunir em um só lugar todas as formas de demonstração de arte e criatividade possíveis, para levá-las ao público da capital.
O edifício Presidente Tancredo Neves faz parte de um conjunto de obras arquitetônicas assinadas por Oscar Niemeyer. Com o seu imenso projeto paisagístico, idealizado por Alda Rabello Cunha, o prédio conta com amplos espaços de convivência, café, restaurante, galerias, sala de cinema, teatro, salas multiuso, jardins e uma praça central para eventos abertos, onde são realizados shows, espetáculos e performances.
Ficha técnica:
Texto/Libreto: Karen Acioly | Direção: Tércio Silva | Estrelando: Maria Hagge, Magda Loiana, Gustavo Budemberg, Roque Baroque, Dimas Mendonça, Diirr, Flávio Café | Composição e Direção Musical: Jeferson Mariano | Figurinos: Maria Hagge | Cenário e Iluminação: Tércio Silva | Formas Animadas: Diirr e Dante | Identidade Visual: Dante | Costura: Solange Couto | Cenotécnico: Celio Roberto – CTP – Central Técnica de Produção | Técnico de Iluminação e Operação: Orlando Brum | Produção: Buia Teatro Co. | Assessoria de Imprensa Local: Território Comunicação | Produção Local Brasília: Ana Celina de Sousa.
