Foto: REUTERS/Adriano Machado
Com crise na saúde e desnutrição, o MPF recomendou reestruturação nos serviços de saúde das terras indígenas da região
A Terra Yanomami é a maior reserva indígena do país. São cerca de 28 mil indígenas que vivem em mais de 370 aldeias, entre os estados do Amazonas e Roraima e parte da Venezuela.
Não é de hoje que os Yanomami estão sob ameaça de genocídio, uma vez que área de preservação é alvo de garimpo ilegal de ouro há aproximadamente 40 anos. No final da década de 80, ao menos 15% de sua população foi morta com a invasão dos garimpeiros que levaram doenças às suas terras. Mas, nos últimos anos além de conflitos armados pela busca do minério e riscos à saúde dos habitantes, também houve a degradação florestal.
O Ministério Público Federal (MPF) divulgou dados apontando que 52% das crianças indígenas de até 12 anos, das aldeias em questão, estão desnutridas por conta da escassez de alimentos. Outro fator alarmante entre os Yanomamis é que nos últimos dois anos foram registrados mais de 40 mil casos de malária, que causa uma alta taxa de mortalidade entre idosos e bebês.
Em meio ao caos, o MPF recomendou que seja feita uma reestruturação nos serviços de saúde da Terra Yanomami. No documento apresentado prevê uma auditoria nos gastos dos órgãos responsáveis pelo atendimento aos povos, com prazo para cumprimento das ações é de 90 dias.
Nesta semana, o governo federal iniciou a distribuição de alimentos na região. Ao todo são cerca de 22,5 toneladas de comida a ser dividida entre as comunidades em Roraima, o equivalente a 1.003 cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade.
No dia 3 de dezembro, uma operação realizada pela Funai, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), FNSP, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional do Petróleo (ANP), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Agência Nacional de Telecomunicações (Antel), contra o garimpo ilegal nas Terras Indígenas prendeu 38 pessoas e apreendeu 75 aeronaves em Roraima.
Além da apreensão de mais de 85 mil litros de combustíveis, mais de 30 mil quilos de minério, 17 veículos, 10 balsas, 6 embarcações e 650 munições.