Foto: Ricardo Maciel
A 27ª edição do “Palco giratório”, promovida pelo Sesc, tem como foco o circo social, trazendo um olhar renovado para essa arte tradicional ao combiná-la com outras manifestações culturais. Com início em abril, o evento passará por 96 cidades de 23 estados, promovendo 336 apresentações gratuitas até dezembro, com espetáculos de teatro, dança e música.
Escola pernambucana de circo: homenagem ao Manguebeat!
Um dos grandes destaques da programação é a celebração do trabalho da “Escola pernambucana de circo” e da dramaturga Fátima Pontes, com o espetáculo “Circo science: do mangue ao picadeiro”. A “Trupe circus (PE)”, formada por artistas da escola, levará ao palco números circenses e coreografias embaladas por grandes sucessos de Chico Science, o ícone do “Movimento manguebeat“. Fátima Pontes, em entrevista, destacou que essa participação no festival traz visibilidade nacional para o trabalho da escola, já reconhecido em Pernambuco e outros estados do Nordeste.
“Para a escola, essa é a confirmação do nosso trabalho no campo da arte circense, que estamos desenvolvendo desde 2002”, declarou Fátima. O espetáculo é um verdadeiro tributo à cultura pernambucana e à memória de Chico Science, com referências inéditas, como manuscritos originais da família do cantor, reforçando o impacto cultural de sua curta e marcante trajetória.
Circo social: transformação e resistência
O “Palco giratório” também coloca em destaque a importância do circo social, uma vertente que vai além do espetáculo, sendo uma ferramenta de transformação social e inclusão. A Escola Pernambucana de Circo é um exemplo disso, com jovens artistas formados na instituição, muitos deles de comunidades periféricas, negros, LGBTQIAP+ e cisgêneros.
Para Fátima Pontes, o circo social é uma forma de resistência, mostrando que é possível viver da arte circense, mesmo em um país onde ela ainda é marginalizada. A diretora de projetos sociais do Sesc, Janaína Cunha, enfatizou a relevância do evento em conectar diferentes linguagens artísticas e promover intercâmbios entre gerações, valorizando a produção cultural de todo o Brasil.
O circo como movimento cultural
O “Palco giratório” é um dos maiores projetos de circulação de artes cênicas no Brasil e, nesta edição, dedica especial atenção à contribuição do circo social para o amadurecimento da produção artística no país. Janaína Cunha acredita que o circo, com sua capacidade de unir diversas linguagens, tem um poder único de fomentar a arte, atrair novos públicos e garantir que grupos de todo o Brasil tenham a oportunidade de se apresentar fora de suas regiões.
Acompanhe a programação:
A 27ª edição do “Palco giratório” reforça o compromisso do Sesc com a democratização da cultura e a valorização da diversidade. Para conferir a programação completa e saber quando o festival passará pela sua cidade, acesse o site oficial do Sesc.