Foto: Fernando Frazão
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acaba de lançar a Rebec@, uma inteligência artificial generativa projetada para otimizar o registro de pesquisas clínicas no Brasil. A ferramenta tem como objetivo fornecer informações sobre documentação, prazos para submissão, tipos de estudos e regulamentação, além de auxiliar na busca por voluntários.
Pesquisas clínicas são essenciais para testar a segurança e a eficácia de novos tratamentos, medicamentos e vacinas. A Fiocruz destaca que a Rebec@ estará conectada a uma base de dados sempre atualizada com as melhores práticas e normas regulatórias, funcionando 24 horas por dia.
Aceleração de estudos prioritários:
A IA também ajudará a identificar se determinado estudo se encaixa nas prioridades do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), permitindo revisões expressas em até 48 horas. Ainda este ano, está prevista a ampliação desse fast-track para pesquisas com patógenos considerados prioritários na América Latina.
O lançamento global da Rebec@ está agendado para 20 de maio, durante a 78ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, data que celebra o Dia Internacional dos Ensaios Clínicos.
Impacto na inovação científica:
De acordo com a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira, a Rebec@ tem um custo operacional reduzido e trará benefícios acumulativos para a cadeia de inovação, acelerando colaborações científicas e garantindo mais transparência nas informações. “Isso impacta diretamente o Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo agilidade na chegada de novas soluções terapêuticas para a população”, explica.
A inteligência artificial está sendo testada pela rede global International Clinical Trials Registry Platform (ICTRP), da OMS, considerada padrão ouro em transparência da informação. Segundo Luiza Silva, coordenadora da Rebec@, a ferramenta facilitará a submissão de estudos em situações de emergência sanitária, como pandemias.
Integração internacional:
A expectativa é que a Rebec@ também atraia pesquisadores internacionais interessados em estudos na América Latina. Josué Laguardia, coordenador do Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos, ressalta que a IA pode funcionar como um hub de pesquisa para países que ainda não possuem infraestrutura consolidada nesse setor. “Estamos avaliando a legislação ética dos países vizinhos para expandir essa colaboração”, afirma.
Com esse avanço, a Fiocruz fortalece seu papel na promoção da pesquisa científica e no desenvolvimento de inovações que beneficiam a saúde pública.