Foto: Sam Balye
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, em parceria com a Fundação Itaú e Todos Pela Educação, escutou 4.969 responsáveis por alunos de escolas públicas municipais e revelou dados preocupantes sobre a qualidade do ensino no Brasil. O levantamento destaca a insatisfação das famílias com o aprendizado e a permanência escolar de seus filhos, apontando caminhos para melhorias urgentes.
Aprendizado abaixo do esperado
Uma em cada três famílias acredita que as crianças e adolescentes não estão aprendendo o necessário para sua idade. Nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), esse índice é ainda maior: 41% dos responsáveis demonstraram insatisfação. Além disso, 57% das famílias apontam o abandono escolar como uma preocupação constante.
Matemática e inclusão cultural como prioridades
O ensino de matemática é visto como um dos maiores desafios da educação básica no país. 91% das famílias defendem um reforço nessa área, enquanto mais de 80% apoiam a inclusão de atividades artísticas, esportivas e culturais, bem como discussões sobre diversidade étnico-racial nos currículos escolares.
“Essa percepção das famílias reflete os dados educacionais brasileiros, que apontam um desempenho abaixo do esperado em matemática, inclusive em avaliações internacionais”, explica Natália Fregonesi, do Todos Pela Educação.
Escolas de tempo integral: a solução mais desejada
Para muitas famílias, a educação em tempo integral é uma estratégia essencial para melhorar o aprendizado. Esse modelo, apontado como prioritário por 30% dos entrevistados, permite que os alunos tenham acesso a reforço escolar, aulas de arte e esporte, e outros projetos extracurriculares.
Em resposta a essa demanda, o governo federal lançou o Programa Educação em Tempo Integral, que pretende ampliar para 3,2 milhões o número de matrículas até 2026.
Professores como protagonistas
A pesquisa também destacou a importância dos educadores. 70% das famílias afirmam que os professores acolhem os alunos e reconhecem que esses profissionais são centrais para a aprendizagem. A valorização, qualificação e melhores condições de trabalho para os docentes são vistas como indispensáveis por 86% dos entrevistados.
Infraestrutura ainda é um desafio
Enquanto algumas regiões demandam reforço no ensino, outras têm necessidades estruturais. No Norte e Nordeste, por exemplo, 23% e 26% das famílias, respectivamente, apontaram a infraestrutura das escolas como prioridade.
O que os estudos dizem?
A pesquisa é um alerta para que gestores públicos coloquem a educação no topo de suas prioridades, com investimentos em infraestrutura, professores, e iniciativas que integrem a escola ao cotidiano das crianças e adolescentes.
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