Foto: André Amendoeira
A Escola Classe (EC) 05 do Paranoá promoveu, no dia 25 de outubro, o projeto Conhecendo Autores, Formando Leitores, reunindo cerca de 600 alunos da educação infantil e do ensino fundamental (1º ao 5º anos) em torno da literatura infantil. Reconhecida no Distrito Federal por suas iniciativas literárias, a escola buscou despertar o interesse pela leitura e escrita nas crianças.
O evento contou com a presença de cinco autores brasilienses, João Bosco, Mônica Damaso, Giulieny Matos, Tatiane Almeida e Ana Neila Torquato. Os alunos apresentaram suas produções em sete estantes temáticas, explorando as obras que estudaram ao longo do ano. Isabel Cristina Chrisostomo, vice-diretora da escola, destacou a importância do incentivo à leitura: “As crianças têm muita dificuldade de ler, e os pais também precisam incentivar isso. A escola assume o papel de aproximar os alunos da literatura, priorizando autores locais para que possam conhecê-los pessoalmente.”
Da dificuldade ao encantamento
O projeto tem mudado a relação dos estudantes com a leitura. Helena Rebeca da Silva Franco, de 7 anos, superou suas dificuldades iniciais e agora é uma entusiasta dos livros. Seu colega Apolo Nauan Rodrigues de Souza, também de 7 anos, ficou encantado com a obra Lagarta Vitória, de Giulieny Matos, e já sonha em se tornar escritor. “Eu queria escrever um livro para as pessoas nunca julgarem os outros pelas suas aparências”, compartilhou.
Outra aluna, Sophia Manuelly Rodrigues Silva, de 6 anos, que aprendeu a ler neste ano, estava ansiosa para conhecer Mônica Alves, autora de E Daí? Eu Sei Que Não Sou Assim. “Eu quero fazer uma entrevista com ela para perguntar algumas coisas sobre os livros dela”, revelou.
João Bosco Bezerra Bonfim, autor de 31 livros, enfatizou a importância de humanizar a figura do escritor: “É fundamental que as crianças percebam que o escritor é uma pessoa comum, que conversa, ri e tosse como qualquer um. Isso desmistifica a ideia de que a literatura é algo distante da realidade delas.”
Impacto na comunidade
Para Tatiane de Pádua Resende, coordenadora regional de ensino, o projeto vai além do incentivo à leitura. “Quando trazemos um autor à escola, a criança deixa de ver apenas o livro e passa a se identificar com aquela pessoa, percebendo que também pode ser autora um dia.” Mônica Alves ressaltou o impacto positivo do contato direto com os alunos: “Nossa função como escritores é estar na escola, participando de projetos como esse. Isso resgata a autoestima das crianças e mostra que a literatura é um caminho possível para melhorar aspectos como a leitura, a escrita e a convivência.”
A iniciativa da EC 05 do Paranoá é um exemplo inspirador de como o contato direto com a literatura e seus criadores pode transformar a experiência educativa, cultivando novas gerações de leitores apaixonados.