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Hoje (15), mulheres das etnias Timbira e Xavante realizaram a tradicional Corrida de Toras no Eixão do Lazer, em Brasília, em um ato simbólico em defesa do Cerrado. O evento, que já acontece há mais de 20 anos, desta vez trouxe um tom de protesto contra os incêndios que afetam a região e contra o polêmico marco temporal, que ameaça os direitos territoriais dos povos indígenas.
A corrida, vencida pelas mulheres Timbira, envolve o revezamento de toras de buriti, uma palmeira sagrada para os povos indígenas, pesando cerca de 100 quilos. Embora tenha um caráter competitivo, os organizadores deixam claro: não há vencedores nem perdedores, já que o verdadeiro objetivo é conscientizar sobre a importância de preservar o Cerrado.
O Cerrado é um bioma fundamental, com nascentes que alimentam 8 das 12 principais bacias hidrográficas do país, e é o lar de aproximadamente 12 mil pessoas da etnia Timbira e 19 mil da etnia Xavante. A expansão de plantações e pastagens ao redor das reservas indígenas tem ameaçado essas áreas, tornando a luta desses povos ainda mais urgente.
A Corrida de Toras, que já foi apenas uma celebração cultural, hoje se tornou um importante manifesto político-cultural em defesa do meio ambiente e dos direitos indígenas.