Por Renata Nandes
O poder de uma grande matéria jornalística vai além de informar: ela tem a capacidade de nos transportar para tempos e lugares distantes, revivendo momentos que marcaram nossa história. É assim que me sinto ao ler a obra-prima de Marcos Paulo Lima no Correio Braziliense, que nos leva de volta aos gloriosos dias do tetra da Copa do Mundo de 1994.
Recebi o link do companheiro, que além de apaixonado por futebol não compartilha conteúdo de pouca qualidade, então o mergulho foi imediato.
E foi nesse mergulho, que eu revivi como se fosse ontem, aquele 17 de julho de 1994, com o sol californiano brilhando no Estádio Rose Bowl, em Pasadena, onde nossos heróis vestiram a amarelinha com uma estrela a mais no peito. O suspense dos pênaltis contra a Itália ainda faz meu coração disparar. Taffarel, Aldair, Márcio Santos, Branco, Dunga, Bebeto e, claro, Romário, nossos gladiadores modernos, lutando não apenas contra adversários em campo, mas também contra a pressão de 24 anos de espera.

Marcos Paulo Lima nos guia habilmente por essa jornada, revelando como Brasília se tornou um lar para quatro desses campeões: Márcio Santos, Branco, Dunga e Romário. Suas histórias são um testamento do impacto duradouro de uma vitória e da forma como o esporte pode criar laços inquebráveis com um lugar e seu povo.
Márcio Santos, o zagueiro implacável, encontrou em Brasília uma segunda casa ao defender o Gama. Sua chegada ao Candangão em 2001 e a conquista do penta consecutivo trouxeram alegria não só aos torcedores, mas também a ele próprio, como um recomeço após a glória mundial.
Branco, com seu pé esquerdo mágico, foi mais do que um jogador decisivo. Tornou-se técnico do Sobradinho, trazendo sua paixão e experiência para o futebol local. Seu relato sobre a estruturação do Sobradinho é uma lição de dedicação e amor ao esporte, refletindo a essência do que é ser um verdadeiro campeão. Emocionante!
Dunga, o capitão de mil batalhas, retornou a Brasília para uma ocasião especial: a reinauguração do Bezerrão em 2008. Sua liderança, que nos levou ao topo do mundo em 1994, continuou a inspirar quando Brasil goleou Portugal. E Romário, o “baixinho” irreverente e goleador, trocou os campos pelo Congresso Nacional, mostrando que sua luta por mudanças e melhorias não se limitava às quatro linhas.
Ao ler essa matéria, somos levados a revisitar não apenas um evento histórico, mas também a compreender o impacto duradouro dessas figuras em nossa sociedade. A prosa de Lima não é apenas um relato; é uma crônica saudosista que nos faz sentir a emoção e o orgulho de sermos parte dessa grande nação do futebol.
Cada linha é uma viagem no tempo, uma chance de reviver aqueles momentos de glória e de reconhecer o quanto essas histórias moldaram o que somos hoje. Como leitores, somos gratos por jornalistas que, como Marcos Paulo Lima, dedicam-se a capturar a essência de momentos que, embora passados, permanecem vivos em nossa memória e em nossos corações.
Em tempos de notícias rápidas e informações efêmeras, é um alívio e uma alegria encontrar matérias que nos fazem parar, refletir e, acima de tudo, sentir. Que possamos sempre celebrar e lembrar dessas histórias que nos definem e nos conectam, de geração em geração. Pra quem não leu ainda, tá aí o link: https://www.correiobraziliense.com.br/esportes/2024/07/6900060-trinta-anos-do-tetra-como-brasilia-abracou-quatro-herois-da-copa-de-94.html