Em uma recente entrevista ao jornal El País, Helen Hester, filósofa e catedrática de Gênero, Tecnologia e Políticas Culturais na Universidade de West London, discutiu como o conceito de trabalho e tempo livre precisa ser reimaginado para alcançarmos uma verdadeira liberdade. Durante a conversa, que ocorreu em um café londrino, Hester, acompanhada de seus filhos, compartilhou insights de seu mais recente livro coescrito com Nick Srnicek, “Después del trabajo. Una historia del hogar y la lucha por el tiempo libre”, onde explora alternativas para a reconstrução de nossas vidas além do trabalho remunerado.
Segundo Hester, o que atualmente consideramos descanso e lazer não é nada mais do que um período de recuperação, física e mental, do trabalho. A filósofa defende que mesmo trabalhos socialmente necessários podem ser reorganizados de forma que possamos dedicar tempo e espaço para nos envolvermos nas atividades que consideramos significativas. Além disso, destacou a importância de redes sociais humanas e de apoio mútuo que emergem como soluções práticas frente a um sistema que muitas vezes parece intransponível.
Hester também é uma das vozes do xenofeminismo, um movimento que desafia a naturalização das normas sociais e busca reconstruir as infraestruturas sociais de maneira que promovam a emancipação coletiva. A filósofa também tem compromissos marcados para discutir suas ideias em Madri, demonstrando que suas teorias não apenas provocam reflexão, mas também são centrais em debates contemporâneos sobre gênero, trabalho e tecnologia.
Fonte: Entrevista de Helen Hester ao El País.