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O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) inaugura seu Clube de Leitura deste ano com uma poderosa temática: a Literatura Negra Feminina no Brasil. Este encontro de mentes e corações literários acontecerá no dia 13 de março, às 17h30, no Salão de Leitura da Biblioteca.
Sob a curadoria de Suzana Vargas, poeta, ensaísta e mestre em teoria literária pela UFRJ, o clube levanta uma provocação importante: “Literatura tem gênero e cor?”. Este questionamento instigante será o fio condutor das conversas, todas elas gravadas para posterior compartilhamento no canal do Banco do Brasil no YouTube.
Para dar início às reflexões, duas autoras de grande relevância foram escolhidas: Marilene Felinto, autora de “As Mulheres de Tijucopapo”, obra que se tornou uma bandeira do feminismo nos anos 1980; e Eliana Alves Cruz, autora de “O Crime do Cais do Valongo”, uma narrativa que mergulha nas raízes da negritude em meio à história escravocrata brasileira.
A participação especial da renomada poeta e filósofa Viviane Mosé promete enriquecer o debate. Questões como a possibilidade de uma mulher escrever como homem, ou vice-versa, bem como as características que definem uma literatura como feminina ou negra serão abordadas de maneira profunda e significativa.
Os livros escolhidos para esta imersão literária são verdadeiros tesouros da literatura brasileira:
- “As Mulheres de Tijucopapo” de Marilene Felinto: um romance que nos leva pela jornada de retorno da narradora Rísia a Tijucopapo, seu lugar fictício de nascimento, enquanto evoca a rica história real de Pernambuco.
- “O Crime do Cais do Valongo” de Eliana Alves Cruz: um envolvente romance histórico policial que se inicia em Moçambique e desembarca no Cais do Valongo, uma das mais marcantes portas de entrada de escravizados no Rio de Janeiro colonial.
Suzana Vargas destaca que a literatura feminina negra é mais do que um tema, é uma urgência contemporânea que demanda reflexão, tanto por parte dos escritores quanto dos leitores. Ela ressalta que, ao lado da literatura indígena, a produção literária brasileira atual está impregnada de questões cruciais como negritude, feminismo e diversidade.
O calendário do Clube de Leitura do CCBB RJ promete uma jornada rica em conhecimento e diálogo, com temas já definidos até julho. Os próximos encontros incluem caminhos e descaminhos indígenas em abril, uma imersão na obra de Lima Barreto em maio, uma reflexão sobre Clarice Lispector em junho, e um olhar para a Literatura e Diversidade em julho.
No ano anterior, o Clube acolheu escritores renomados e contou com a participação de 1.243 entusiastas da literatura. Este ano, a promessa é de debates profundos e reflexões essenciais sobre a literatura brasileira, com foco especial nas vozes femininas e negras que tanto enriquecem nossa história literária.