Crise na Polícia Civil do DF: faltam policiais e valorização salarial

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) enfrenta uma grave crise de efetivo, colocando em risco a segurança nas delegacias e afetando diretamente a população. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), a desvalorização salarial tem gerado desmotivação e uma onda de abandonos na carreira policial.

Evasão e desmotivação na PCDF

Uma pesquisa conduzida pelo Sinpol-DF revela que 48,6% dos policiais civis estão se preparando para mudar de carreira antes da aposentadoria, atraídos por oportunidades com melhores salários e qualidade de vida. O estudo mostra que 84% dos policiais frequentemente consideram mudar de profissão devido a salários defasados e sobrecarga de trabalho. A insatisfação é alta: 93% dos policiais civis estão descontentes com a atual remuneração.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também apontou que a PCDF perdeu 911 servidores policiais nos últimos 10 anos, uma redução de 18% no quadro da ativa.

Nomeações não resolvem o problema

Embora o Governo do Distrito Federal (GDF) tenha anunciado 800 novas nomeações para 1º de novembro, o presidente do Sinpol-DF, Enoque Venancio de Freitas, afirma que estas não serão suficientes para sanar a crise. “Novas nomeações, sem a valorização da carreira, não solucionarão a evasão de investigadores. A curto prazo, essas nomeações não terão efeito prático”, destacou.

Reivindicações por simetria salarial

O sindicato luta pelo restabelecimento da simetria salarial com os policiais federais. Após 2016, os policiais civis do DF ficaram de fora do reajuste concedido aos federais, resultando em uma diferença de mais de 34% nos subsídios, que recentemente caiu para pouco mais de 10%. No entanto, essa diferença pode aumentar novamente, pois a Polícia Federal já tem garantido em lei um reajuste em parcelas até 2026.

Conclusão

A crise de efetivo na PCDF só será resolvida com a valorização salarial e o reconhecimento da importância do trabalho dos policiais civis. Sem isso, a evasão e desmotivação continuarão, comprometendo ainda mais a segurança pública e a eficácia das investigações.