Com infos da TIME.com
Recentemente, veio à tona que o Google está intensificando seus serviços de computação em nuvem para o Ministério da Defesa de Israel, segundo um documento analisado pela revista TIME. Em meio a protestos contínuos fora dos escritórios do Google em São Francisco e crescente polêmica sobre seu Projeto Nimbus — um acordo de computação em nuvem e IA de US$ 1,2 bilhão com o governo israelense —, o gigante da tecnologia está aprofundando sua parceria com o setor de defesa.
O documento descreve uma nova fase de cooperação onde o Ministério da Defesa de Israel visa expandir suas capacidades dentro do Google Cloud. Isso inclui a criação de uma “zona de desembarque”, um portal seguro para o ministério gerenciar e processar dados sensíveis, além de utilizar serviços avançados de IA. Os aprimoramentos propostos têm como objetivo facilitar o acesso de várias unidades de defesa às tecnologias de automação, sinalizando um aumento significativo no engajamento técnico entre o Google e o exército israelense.
Esse movimento provocou uma reação significativa, incluindo renúncias de funcionários do Google que se opõem ao envolvimento com atividades militares. O contrato revelado, datado de 27 de março de 2024, mostra que o Google está cobrando mais de US$ 1 milhão do Ministério da Defesa de Israel por serviços de consultoria destinados a expandir esses serviços de nuvem. O contrato faz parte do mais amplo quadro do Nimbus, que já foi alvo de escrutínio por potencialmente permitir o uso da tecnologia em operações militares.
Apesar das afirmações do Google de que seu trabalho apoia principalmente setores governamentais civis como finanças, saúde e educação, o envolvimento com o Ministério da Defesa levanta questões sobre o papel da gigante da tecnologia em aplicações militares. O documento não especifica os usos militares exatos do Google Cloud pelo Ministério da Defesa, nem confirma o uso desta tecnologia para fins de mira em operações militares. No entanto, persistem preocupações, especialmente após relatos na mídia israelense sobre o uso militar de sistemas de IA para selecionar alvos de ataques aéreos em Gaza — sistemas que exigiriam uma infraestrutura robusta de computação em nuvem.
O porta-voz do Google recusou-se a comentar mais sobre esses desenvolvimentos, que continuam a provocar debates sobre as implicações éticas das empresas de tecnologia fornecendo tecnologias avançadas a estabelecimentos de defesa. A situação permanece dinâmica à medida que pressões internas e externas aumentam contra o papel crescente do Google em colaborações militares.