Foto: Marcello Casal Jr
A festa junina continua sendo a preferida dos brasileiros quando o assunto é eventos populares, superando o carnaval. Segundo pesquisa recente, a festa junina é citada por 78% dos moradores das capitais brasileiras que participaram de festas populares nos últimos 12 meses, enquanto o carnaval ficou com 48%. A pesquisa “Cultura nas capitais”, realizada pela “JLeiva cultura & esporte”, revela que, em nenhuma capital, o carnaval ficou à frente das festas juninas, com exceção de Recife, onde a diferença foi mínima.
O levantamento aponta que a popularidade das festas juninas se deve à sua descentralização, ocorrendo em diversos espaços como escolas e igrejas, o que as torna mais acessíveis a um público diverso e de todas as idades. Já o carnaval, embora extremamente midiático e famoso, não alcança a mesma abrangência nas cidades, com menos eventos espalhados pela população.
Sertanejo é o gênero musical preferido no país:
A pesquisa também revelou que o sertanejo lidera as preferências musicais dos brasileiros. Em 15 das 27 capitais, o sertanejo foi apontado como o gênero favorito, superando até o samba, que ocupa a oitava posição. O gênero é o mais ouvido em todas as faixas etárias, com exceção dos jovens de 16 a 24 anos, onde o funk, pop e rap aparecem à frente.
Mudanças nos hábitos culturais pós-pandemia
O estudo também indicou uma queda geral no consumo de atividades culturais entre 2017 e 2024, um reflexo dos efeitos da pandemia de covid-19, que alterou os hábitos da população e fez com que muitos se acostumassem a consumir conteúdo cultural de forma online ou em casa. Contudo, a pesquisa aponta um potencial de crescimento, com muitos entrevistados demonstrando interesse em retomar a participação em shows, festas populares e eventos culturais.
Desafios no acesso à cultura
A pesquisa também destaca que o acesso à cultura no Brasil ainda é desigual, com a maior participação em atividades culturais vindo de pessoas mais jovens, com maior escolaridade e renda. Para aumentar a inclusão cultural, especialistas sugerem a descentralização de equipamentos culturais e ações voltadas para os grupos mais vulneráveis.
Esta pesquisa revela um panorama atual da cultura brasileira, refletindo o impacto de fatores socioeconômicos e mudanças de hábitos nas formas de lazer e consumo cultural do país.