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No Dia da visibilidade trans, a história de Bruna Valeska traz à tona as barreiras enfrentadas por pessoas trans em busca de vagas formais de emprego. Há um ano e dois meses, Bruna foi demitida de uma loja de cosméticos e perfumaria, onde trabalhava com promessas de um bom salário e bolsa de estudos. A razão da demissão? Transfobia, uma realidade que muitos profissionais trans enfrentam.
Ela relata que muitas empresas contratam pessoas trans para cargos temporários, apenas para garantir o selo de “empresa inclusiva”, sem oferecer as mesmas oportunidades de crescimento e reconhecimento dos demais colaboradores. Em sua trajetória, Bruna foi rejeitada pela família, enfrentou dificuldades financeiras e até passou por um período de moradia nas ruas. No entanto, sua busca por qualificação profissional não parou. Hoje, estuda estética e beleza, e segue na esperança de encontrar uma oportunidade de trabalho formal que valorize sua experiência.
Mas, apesar da persistência de profissionais como Bruna, a luta por igualdade no mercado de trabalho continua. Iniciativas como a “Roda de empregabilidade”, promovida pelo Instituto Rede Incluir no Rio de Janeiro, buscam promover a inclusão de pessoas trans, oferecendo mais de 100 vagas de trabalho, além de orientações para entrevistas e direcionamento para empresas que estão comprometidas com a diversidade.
No entanto, especialistas alertam que não basta apenas oferecer vagas. É fundamental que as empresas garantam reconhecimento profissional e condições justas de trabalho para as pessoas trans. Nélio Georgini, coordenador de Diversidade e Inclusão do Instituto, aponta que a sociedade e o mercado de trabalho ainda estão longe de ser inclusivos, e que as pessoas trans merecem oportunidades com salários justos e crescimento profissional.
O momento atual exige que empresas brasileiras se posicionem de forma clara em relação à diversidade e inclusão, para garantir dignidade e respeito às pessoas trans, independentemente do contexto político. A luta por um mercado de trabalho mais justo e inclusivo está apenas começando.