Nesta segunda-feira, 30 de setembro de 2024, em paralelo à agenda oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a indústria brasileira deu passos significativos para estreitar as relações comerciais com o México. Em dois encontros estratégicos realizados na Cidade do México — a 2ª Reunião do Conselho Empresarial Brasil-México (Cebramex) e o Fórum Empresarial Brasil-México — empresários dos dois países, junto com autoridades governamentais, discutiram temas prioritários para o desenvolvimento econômico bilateral.
O México, que ocupa o 5º lugar como parceiro comercial do Brasil, se destacou no evento como um aliado fundamental para fortalecer a cooperação econômica e tecnológica entre as duas nações. O Cebramex, um mecanismo de diálogo coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Conselho Empresarial Mexicano de Comércio Exterior, Investimento e Tecnologia (Comce), tratou das pautas prioritárias para melhorar o ambiente de negócios, com especial atenção para barreiras comerciais, acordos e cooperação regulatória. Já o Fórum Empresarial, organizado pela CNI, ApexBrasil e Comce, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, teve como foco o comércio e os investimentos, reunindo representantes dos setores público e privado.

Parcerias estratégicas em debate
A participação do vice-presidente da CNI e presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Jamal Jorge Bittar, ao lado de Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, reforçou o compromisso da indústria brasileira em aprofundar os laços com o México. Bittar destacou que a presença de Lula no evento imprimiu novo fôlego às relações bilaterais: “Brasil e México são grandes lideranças econômicas da América Latina. A presença do presidente Lula no México reforça a parceria entre os dois países e abre portas para o crescimento de uma relação econômica que já é bastante sólida e que apresenta crescimento nos últimos anos”.
Prioridades da indústria e avanços no comércio
Para subsidiar as discussões com o governo mexicano, a CNI preparou um documento intitulado Análise de Política Comercial nº 15 – Relações econômicas entre Brasil e México: prioridades da indústria, que aborda acordos comerciais, barreiras ao comércio e cooperação científica e tecnológica. Entre as principais demandas estão a negociação de um acordo de livre comércio, que englobaria serviços, investimentos e compras governamentais, além da facilitação de comércio e a eliminação de barreiras para produtos como carne suína, frango e café. A homologação dos sistemas de Certificação de Origem Digital entre os dois países também foi destaque, com a promessa de reduzir o tempo de emissão de certificados de 24 horas para apenas 30 minutos.
No campo da cooperação científico-tecnológica, o Brasil e o México buscam impulsionar a colaboração em áreas como a produção de chips e semicondutores, setores estratégicos para ambas as economias. Outro ponto importante da agenda é a requalificação da força de trabalho, com foco em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), para enfrentar os desafios futuros.

Comércio Brasil-México em números
Em 2023, o comércio entre Brasil e México registrou um crescimento significativo de 14,4%, alcançando US$ 14,1 bilhões, em comparação com os US$ 12,3 bilhões de 2022. As exportações brasileiras para o México somaram US$ 8,6 bilhões, um aumento de 21,6% em relação ao ano anterior. Por outro lado, as importações do México para o Brasil cresceram 4,9%, totalizando US$ 5,5 bilhões.
O comércio de bens entre os dois países é fortemente dominado pela indústria de transformação, que representou 86,8% das exportações brasileiras e 97,3% das importações vindas do México entre 2014 e 2023. Mundialmente, Brasil e México foram responsáveis por 4% das exportações globais e 3,6% das importações em 2023.
O vice-presidente da CNI, Jamal Bittar, reforçou a relevância da relação entre os dois países: “Devemos aproveitar a oportunidade de aprofundar o potencial dessas relações econômicas. O México é um parceiro estratégico para o Brasil, e juntos podemos fortalecer ainda mais nossa posição como grandes lideranças da América Latina.”
Perspectivas futuras
Com a continuidade dessas discussões e a implementação de novas medidas de cooperação, espera-se que Brasil e México ampliem suas trocas comerciais e colaborações tecnológicas nos próximos anos, consolidando-se como líderes no cenário econômico latino-americano.
Com informações da assessoria de comunicação do Sistema Fibra, e Fernanda Louise, da Agência de Notícias da Indústria