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A cultura afro-gaúcha perdeu uma de suas maiores representantes. A bailarina, coreógrafa e ativista Iara Deodoro, uma das pioneiras da dança afro-brasileira no Rio Grande do Sul, faleceu nesta sexta-feira (28), aos 68 anos. Iara vinha enfrentando complicações após uma parada cardíaca ocorrida em maio, durante as enchentes que assolaram o estado.
Iara, ao longo de 50 anos de carreira, dirigiu mais de 30 espetáculos de dança e foi uma figura de destaque no carnaval, onde atuou como porta-bandeira. Ao lado de seu marido, o cantor e instrumentista Paulo Romeu Deodoro, fundou o Instituto Sociocultural Afro-Sul Odomodê, um importante espaço de promoção da cultura africana e afro-brasileira em Porto Alegre.
O Afro-Sul Odomodê se tornou um símbolo de resistência e educação, oferecendo oficinas e projetos culturais que envolvem dança, música, moda e gastronomia, com foco na preservação das tradições afrodescendentes. Durante as enchentes no Rio Grande do Sul, o instituto também liderou ações de assistência a comunidades negras e quilombolas, reforçando o impacto social da arte.
Iara será lembrada não só pela excelência na dança, mas pelo seu legado de transformação social. Sua presença vibrante e acolhedora, como descrevem muitos de seus alunos, continua viva nas gerações que ela formou e inspirou. Como bem disse a arquiteta e ex-aluna do Afro-Sul, Luana Paré: “Iara não era só uma professora, era uma mãe, uma guia e uma referência ancestral.”
O velório de Iara Deodoro acontecerá neste sábado (28) no cemitério João XXIII, onde amigos, familiares e admiradores poderão prestar suas últimas homenagens a essa grande mulher, que tanto contribuiu para o fortalecimento da identidade e cultura negra no Brasil.
Iara Deodoro deixa um legado que será lembrado por muitos e eternizado através de seus projetos. Que sua luta e arte continuem a inspirar novas gerações.