Em uma emocionante fusão de talento brasileiro e charme francês, Caetano Veloso nos presenteou nesta sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024, com uma nova versão de “La Mer”, um clássico imortal da música francesa, originalmente escrita por Charles Trenet e lançada em 1945. Esta releitura, que já se anuncia como um marco na carreira do ícone da MPB, não é apenas uma homenagem musical, mas uma narrativa profunda de amizade, memória e arte.
A conexão de Caetano com “La Mer” remonta a uma promessa feita a Guilherme Araújo, seu falecido empresário, que durante anos lhe pediu para interpretar essa canção. Transformada em uma homenagem póstuma durante uma apresentação em Paris, a performance tocou profundamente a escritora e diretora Christine Angot, presente na plateia. Comovida, Angot convidou Caetano a gravar a música para seu documentário de estreia, “Une famille”, uma escolha simbólica que entrelaça a trajetória de vida da diretora com a sensibilidade única de Caetano.

Produzida em colaboração com Lucas Nunes, a nova versão de “La Mer” traz Caetano ao violão, em um andamento ultra lento que amplifica a emoção e a introspecção. Essa interpretação não apenas celebra a riqueza da música francesa, mas também marca o retorno de Caetano às gravações fonográficas desde seu último álbum de estúdio, “Meu Coco”, em 2021.
“Une famille”, que estreou na 74ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, explora temas profundos e pessoais, incluindo a questão do incesto dentro de uma família. A inclusão de “La Mer” na trilha sonora do documentário não apenas enriquece a narrativa, mas também estabelece um diálogo entre culturas, épocas e histórias de vida, demonstrando o poder transcendental da música.
Com mais de 70 milhões de cópias vendidas e mais de quatro mil regravações, “La Mer” permanece um tesouro da música mundial. A versão de Caetano Veloso, imbuida de emoção e história pessoal, promete ser uma adição memorável a esse legado, unindo corações e mentes através da beleza da música.