A capital brasileira está prestes a receber um dos espetáculos mais aguardados do ano: “O Veneno do Teatro”. Uma obra que já conquistou os palcos internacionais e agora chega a Brasília, marcando sua estreia no Brasil.
A adaptação para os palcos brasileiros foi um processo meticuloso e apaixonado, como conta o sócio do projeto, Maurício Machado. Após assistir à montagem na Espanha, ele não hesitou em trazer o texto de Rodolf Sirera, um dos maiores dramaturgos europeus em atividade, para o Brasil. A peça se destaca pela sua estrutura teatral impressionante e pela capacidade de fomentar reflexões profundas.
Em cena, a interação entre Osmar Prado e Maurício Machado promete ser um dos grandes atrativos. O trabalho intenso e dedicado da dupla resulta em uma sintonia cênica que captura a audiência, mantendo-a presa em um envolvente jogo de suspense.
Além do entretenimento, a peça é um espelho para a sociedade brasileira atual. Ela traz à tona questionamentos sobre poder, crueldade humana e as disparidades sociais que ainda persistem no século XXI, refletindo sobre como essas temáticas afetam a realidade brasileira.
Dirigir “O Veneno do Teatro” foi um desafio que envolveu transmitir toda a complexidade do texto, cheio de suspense e interpretações variadas, para o palco. O objetivo foi criar uma experiência impactante para o público, uma viagem pela condição humana e seus aspectos mais obscuros.
A escolha de Brasília para abrir a temporada da peça foi uma decisão estratégica, graças ao convite de André Deca e seu projeto “Circuito de Teatro Brasileiro”. A expectativa é alta para as duas únicas sessões na cidade, prometendo uma noite inesquecível para os amantes do teatro.
Conversamos com Eduardo Figueiredo, diretor da peça, confira:
Como foi o processo de trazer uma obra tão aclamada internacionalmente para os palcos brasileiros?
Olá queridos do Cidadecult
Eu e Maurício Machado, ator do espetáculo e meu sócio no projeto, estamos sempre atentos a grandes textos. Principalmente em viagens para o exterior.
Maurício teve a oportunidade de assistir a montagem da Espanha há alguns anos em temporada em Buenos Aires. E prontamente, ele me apresentou o texto em espanhol, eu li e logo verifiquei que tratava_se de excelente dramaturgia e com uma carpintaria teatral incrível. Rodolf Sirera, além de um dos principais autores em atividade na Europa é um grande dramaturgo.
O que o público pode esperar da interação entre Osmar Prado e Maurício Machado em cena?
Osmar Prado, é sem dúvida um dos grandes atores desse país. E Maurício um talento nato e dedicado aos tablados. Nosso processo de trabalho foi intenso e de muita dedicação!
O resultado é uma dupla com total domínio cênico, em delicada sintonia, que propõe um jogo envolvente nesse suspense onde o público é surpreendido a cada momento.
Como “O Veneno do Teatro” dialoga com as realidades sociais e culturais do Brasil atual?
Uma pergunta muito pertinente, o espetáculo fomenta questionamentos de maneira sutil, através de um jogo psicológico entre o Marquês que recebe a visita de um ator depois de um convite de trabalho. A realidade social de ambos personagens é estabelecida nesse encontro.
Uma crítica a aristocracia que exerce o poder há séculos, sem restrições e sempre com direitos socialmente estabelecidos.
Outro ponto, presente no espetáculo, é até onde vai a crueldade humana relacionada ao poder? Em pleno século XXI estamos presenciando guerras, fome e os direitos humanos sempre em segundo plano.
E eu sempre endosso, que um momento com tantas adversidades, onde a sociedade apresenta sérios sinais de retrocesso e barbárie, a obra de Rodolf Sirera é uma importante reflexão sobre civilidade, poder e até onde pode ir a crueldade do ser humano.
Quais foram os maiores desafios na direção desta peça?
O maior desafio foi apresentar esse texto, tão cheio de nuances, com grandes possibilidades de interpretação e repleto de suspense, tivesse uma encenação de impacto para o público. Onde o público pudesse embarcar nessa história de terror sobre a condição humana.
Tenho certeza que o público irá se surpreender, de maneira muito positiva, com o espetáculo.
Por que escolheu Brasília para abrir a temporada desta peça tão significativa?
O espetáculo é um convite do André Deca, que é o responsável pelo excelente projeto “Circuito de Teatro Brasileiro”, sempre atento ao que há de melhor no teatro nacional para levar ao público de Brasília. Para nós, será um grande prazer e esperamos todos nas duas únicas sessões!