Em uma vibrante mistura de caos e poesia, Bruno Duarte, um músico apoiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), reinventa Brasília – uma cidade famosa por seus céus celestiais, arquitetura planejada, rico cerrado e ipês floridos. O mais recente projeto de Duarte, “Tesourinhas”, é um documentário que entrelaça as vias e espaços únicos da cidade com música clássica, prestando homenagem ao charme distintivo de Brasília.
O projeto, financiado pelo FAC – o principal patrocinador de atividades culturais e artísticas da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal – utiliza de forma engenhosa a numeração de endereços da cidade para construir uma sinfonia de quatro faixas. Títulos como “Eixão”, “Tesourinhas”, “Parque” e “Monumental” figuram nesta homenagem, com a Orquestra Filarmônica de Brasília emprestando seu talento musical.
Bruno Duarte, o cérebro por trás desta empreitada, compartilha uma anedota intrigante sobre a concepção do projeto. Perdido no labirinto de uma “tesourinha” (um característico entroncamento em trevo em Brasília), Duarte se viu circulando os mesmos caminhos repetidamente. Esse momento de desordem despertou uma epifania – a realização de que a música, assim como sua experiência, muitas vezes gira em torno de loops. Esse insight levou a uma exploração mais profunda, culminando na transformação de Brasília em uma partitura musical.
O documentário, que narra o processo de criação e apresenta uma performance completa, está agora acessível no YouTube. Filmado inteiramente no Teatro dos Bancários, o projeto mescla sem esforço os gêneros clássico e pop. Duarte descreve-o como uma jornada musical pela cidade, onde os sons de Brasília – desde o zumbido do Buraco do Tatu até os ritmos do centro da cidade – compõem uma sinfonia que ressoa com o layout planejado da cidade.
Com um orçamento de cerca de R$ 80.000, Duarte deu vida a este ambicioso projeto, colaborando com mais de 40 indivíduos, incluindo músicos, especialistas em audiovisual, técnicos de iluminação e profissionais de comunicação.
Duarte expressa sua gratidão pelo apoio do FAC, que tornou seu projeto dos sonhos uma realidade. Através de “Tesourinhas”, ele não apenas mostra seu gênio criativo, mas também posiciona Brasília como uma cidade onde o caos harmoniza com a poesia, e cada esquina canta sua própria melodia única.