Desestressa Dançando reúne arte, saúde e inclusão em oficinas gratuitas no DF

Foto/divulgação

O “Desestressa dançando: práticas integrativas para a criação de autonomia” está movimentando o Centro de Dança do Distrito Federal com uma proposta que une expressão artística, bem-estar e construção de autonomia. As oficinas, gratuitas e acessíveis, seguem até 7 de dezembro e apostam em uma formação diversa, horizontal e sensível às múltiplas formas de viver o corpo.

O projeto integra práticas corporais somáticas como Mindfulness, Yoga, Bioenergética e TRE (Técnica de Redução de Estresse) além de Dança, Teatro e audiovisual. A combinação oferece aos participantes ferramentas para se expressar, reduzir o estresse e desenvolver novas formas de autocuidado. A iniciativa é voltada para pessoas acima de 18 anos, artistas ou não, com prioridade para pessoas negras, indígenas, LGBTQIAP+, pessoas com deficiência e moradores do DF e Entorno. Também foram oferecidas bolsas de auxílio para participantes trans.

Acessibilidade que transforma

Entre as participantes, está a dançarina surda Juliana Mendes, que conta com o apoio de intérprete de Libras para acompanhar cada atividade. Para ela, a troca entre surdos e ouvintes cria uma experiência enriquecedora:

“Temos essa troca de energia que diminui o estresse. A técnica da gargalhada foi marcante: senti pela vibração e pelo movimento do corpo. Isso me fez rir também. Amei muito essa aula.”

Corpo, autocuidado e encontro

O estudante de psicologia Bruno Oliveira Roma vive um processo de autoconhecimento e encontrou no projeto um espaço potente para essa jornada. Ele destaca o quanto o corpo, na psicologia, está diretamente ligado ao equilíbrio da saúde mental:

“As oficinas nos convidam a revisitar partes da infância que vamos perdendo com as obrigações. São aspectos importantes para manter o equilíbrio.”

Metodologia decolonial e construção coletiva

A arte educadora Leandra Pimentel, proponente do projeto, conduz as atividades ao lado de Leonardo Ribeiro. Ela explica que a metodologia é decolonial e baseada na horizontalidade:

“A gente convida os participantes a compartilharem seus próprios saberes. Trabalhamos em roda, em comunidade, atentos ao que o grupo deseja, sem imposições.”

Leonardo reforça que o TRE é uma prática reconhecida e também ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o acesso ao conhecimento e fortalecendo o autocuidado.

A base: metodologia GIRA

As oficinas se fundamentam na metodologia GIRA, desenvolvida por Fernanda Muniz e recém-lançada no livro “GIRA: passos para uma educação decolonial”. Inspirada em saberes africanos, afro-brasileiros e indígenas, a proposta se estrutura em sete eixos: Chegança, Giro, Coreografando a pisada, Fontes de saberes vivos, Dar as mãos, Cirandar e Abrir a roda.

Serviço– Desestressa dançando: práticas integrativas para a criação de autonomia

📍 Centro de Dança do Distrito Federal – Setor de Autarquias Norte;
📅 Até 7 de dezembro;
🔗 Instagram: @vibrarcriativa.

Realização com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF).