Foto: Rovena Rosa
O início do ano letivo traz uma preocupação para a grande maioria das famílias brasileiras: os gastos com material escolar. Em 2024, as famílias gastaram R$ 49,3 bilhões com esses itens, representando um aumento de 43,7% em relação aos últimos quatro anos, de acordo com pesquisa inédita do Instituto Locomotiva. O impacto desses gastos atinge 85% das famílias com filhos em idade escolar, sendo um desafio especialmente grande para as classes B e C.
A realidade do orçamento familiar
Com a alta inflação e o aumento do dólar, os custos de itens como mochilas e estojos, muitos dos quais são importados, subiram significativamente. Esse aumento reflete diretamente no orçamento familiar, levando 35% das famílias a optarem pelo parcelamento para enfrentar os custos do material escolar para o ano letivo de 2025. Esse número sobe para 39% entre as famílias da classe C.
O impacto nas diferentes classes sociais
A pesquisa mostrou que a classe C é a mais afetada, com 95% dos entrevistados dizendo que os gastos com material escolar impactam o orçamento doméstico. Já nas classes A e B, a maior parte prefere pagar à vista, com 71% optando por essa forma de pagamento.
Propostas para aliviar o peso no orçamento
A Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) propõe soluções para aliviar o peso dessa despesa. A entidade defende programas públicos de apoio, como o “Programa Material Escolar”, que já é aplicado no Distrito Federal, São Paulo e Foz do Iguaçu, oferecendo crédito para estudantes da rede pública adquirirem os materiais necessários. Além disso, a ABFIAE sugere a redução de impostos sobre esses produtos, que atualmente podem representar até 50% do valor final.
Atenção para o impacto nos próximos anos
Com a previsão de aumento de preços entre 5% e 9% para 2025, os desafios financeiros para as famílias devem continuar. Para muitos, os materiais escolares não são apenas uma compra, mas um compromisso financeiro que pode afetar outras áreas do orçamento. O debate sobre soluções públicas e a conscientização sobre o impacto econômico dessas despesas são passos importantes para enfrentar esse cenário.